50+

Sem medo de se jogar e ser feliz

Com quase 40 anos de atuação no mercado da distribuição seletiva, Bárbara Kern não teve medo de se reinventar na vida e na carreira profissional, mesmo depois dos 50 anos

Poucas pessoas tiveram uma trajetória tão consistente e importante na construção do mercado brasileiro de distribuição seletiva quanto Barbara Kern. Uma carreira que começou a ser construída no atendimento nas lojas de duty free e a levou a dirigir duas das mais importantes operações deste segmento e a desbravar este mercado em outros países. Mas, embora a sua trajetória profissional se confunda com a própria evolução do mercado da perfumaria e da cosmética de luxo no Brasil (que por décadas foi sinônimo de produtos importados), o início da sua vida profissional tinha tudo para levá-la a outros universos.

Estudante de comunicação, Barbára precisava trabalhar e o mercado de comunicação nas décadas de 1970 e 1980 não oferecia muitas possibilidades de futuro para uma jovem profissional querendo atuar como publicitária ou jorrnalista. Fluente em inglês e alemão, ela acabou mudando para a Faculdade de Letras, no curso de Secretária Executiva Bilíngue, uma posição que era garantia de emprego na época.

Durante a faculdade, ela trabalhou em um núcleo de estudos da PUC/RJ onde acabou tendo contato com muitos estudiosos e, logo que se formou, foi chamada para ser secretária do Vice-Reitor da faculdade, uma posição de bastante prestígio. Mas ela não chegou a começar na função. E o motivo pelo qual deixar de lado um emprego desejado como esse diz muito sobre a personalidade da executiva. A de não ter medo de se aventurar e se jogar no mundo em busca de novos desafios.

Bárbara trocou um emprego que lhe daria um bom grau de sossego e estabilidade financeira para vir trabalhar num bar, em São Paulo. E não era qualquer bar, tratava-se do primeiro bar de música instrumental do Brasil: o Bar Saint Germain, na Rua Frei Caneca. “Foi uma decisão difícil na época, mas eu tinha 21 anos e pensei: ‘nunca mais vou ter essa idade de novo. O máximo que pode acontecer é não dar certo’. E com a minha formação, não teria problemas em conseguir trabalho e foi isso. Meu espírito é de viver intensamente cada minuto e quando aparece uma oportunidade, tento sempre olhar para o pior cenário. Se eu conseguir lidar com ele e aquilo me trazer conhecimento e engrandecimento, eu arrisco”, conta.

Foram quatro anos fazendo de tudo no bar, um local que recebia todos os grandes nomes na cena da música instrumental brasileira e onde os jazzistas internacionais que vinham tocar nos festivais iam dar “canja” depois dos shows. Com o fim do Saint Germain, Bárbara e o marido na época foram viajar pelos Estados Unidos e, na volta, ela precisava voltar a trabalhar. “Abri o jornal, fui no caderno de classificados e li que precisavam de vendedor para loja de duty free”, lembra. O ano era 1987, o mercado brasileiro ainda era fechado para os produtos importados e ter entrado numa loja de free shop naquele momento de virada do mercado, acabou dando à ela uma vantagem competitiva que seria importante no desenvolvimento da sua carreira. “Entrei como vendedora de mercado e depois passei a ser vendedora de perfumaria na Brasif (empresa que operava as lojas duty free no Brasil). Foi lá que tive o primeiro contato com a perfumaria internacional, recebendo treinamento sobre os perfumes, ingredientes, formas de exposição, as histórias por trás de cada fragrância… Isso me encantou”. Dois meses depois, Bárbara já era a gerente da loja, numa ascensão muito rápida, que nem ela entendia muito bem o motivo.

“Sou movida a desafios. É isso que me faz acordar todo dia e ser feliz e buscar novas oportunidades”, reforça.

Na nova posição, Bárbara passou a ter contato com o mundo corporativo, precisando lidar com gestão de pessoas, metas, objetivos por canal, categoria e produto. Naquela época, o Aeroporto de Guarulhos tinha apenas duas lojas, uma no embarque e uma no desembarque. Depois de dois anos na função, veio de novo o questionamento: “o que mais eu posso fazer?”.

Para ir à área de compras, ela precisaria mudar para o Rio de Janeiro, o que não era possível já que o seu marido era músico. “No momento em que comecei a externar minha insatisfação, a Lucinda (Lopes, atual sócia da Excellence) falou que tinha uma oportunidade na Iperco, a empresa que tinha a licença de fabricação e distribuição da Dior no Brasil. “Trabalhei por três anos com o Luis Brito (mítico profissional do mercado de perfumaria seletiva), antes da abertura e na abertura do mercado. Ali passei por todos os departamentos. A Dior foi uma das primeiras marcas internacionais a trazer produtos importados de maquiagem e skincare e eu virei a treinadora da marca, viajei todo o Brasil fazendo treinamentos e passei por todas as áreas possíveis da Iperco em São Paulo”, lembra.

Três anos depois, Bárbara estava novamente buscando oportunidades, e para crescer na Iperco ela teria que se mudar para o Rio de Janeiro, o que ela não podia fazer naquele momento. “Foi quando eu conheci a RR. Já tinha 25, 26 anos quando conheci o Marcos Rothenberg, o mercado já estava aberto e uma das coisas que me surpreendeu é que eles faziam um tipo de publicidade diferente, que se preocupava com a imagem da marca, algo que não se fazia antes. Vi algo novo ali”, conta.

Ninguém queria vender produtos de beleza de marcas que não fossem francesas. O resto do mundo não existia para o mercado. “O Marcos Rothenberg tinha 20 anos e achei muito interessante a forma como ele trabalhava… Ele ia trazer umas marcas alemãs para o Brasil - Hugo Boss, Davidoff, Jil Sander, Joop e Germaine Monteil - , e precisava de uma gerente de produtos para cuidar de toda a parte de marketing e vendas. Acabei indo por causa dos desafios. E foi um belo desafio vender as marcas alemãs no Brasil. De Joop ninguém nunca tinha ouvido falar”, lembra. Mais do que os desafios, a RR dava muita abertura para Bárbara expor suas ideias e implementá-las, até porque as fábricas eram mais flexíveis também em relação a adaptação das suas marcas ao mercado.

Bárbara é de um tempo no qual não existia um movimento feminino no ambiente corporativo. O assédio era recorrente. Sua primeira entrevista de emprego, enquanto ainda estudava para o vestibular, foi para uma vaga de recepcionista em um banco. “Uma das entrevistas para a vaga foi com o gerente da área e a primeira pergunta que ele fez foi: ‘E o teu coração, como vai? Olhei para ele e respondi: está ótimo, fiz um checkup e está tudo ok’. Ele insistiu de novo… Sempre tive muita clareza, uma educação e uma base forte, o que me ajudou muito nessas horas, porque se você fosse insegura, era muito difícil você resistir, muito difícil mesmo. A ideia do homem ser mais forte, olhar da sua posição para levar vantagem acontece muito. E essa não foi a única vez, mas sempre que tinha essa questão de assédio, eu levantava e ia embora, por mais que eu precisasse do emprego”.

Mesmo no mercado de beleza, as mulheres nunca passavam do nível gerencial, eram raras as que estavam no comando de empresas. E isso, naturalmente, repercutia na forma como elas eram enxergadas pelos homens do mercado. Como gerente nacional de vendas, ela viajava para todo o Brasil e em alguns casos, o machismo era tão grande que os homens que lideravam as lojas, quando tinham negociações importantes, se viravam para o gerente regional e perguntavam o que ele achava, não se dirigiam a ela que era quem decidia de fato. “Foi preciso muito trabalho para quebrar paradigmas e padrões. Tínhamos que nos provar muito mais competentes do que qualquer homem, além de trabalharmos mais, sermos mais cobradas e sempre recebermos menos”.

Outro colateral da conjuntura da época, era que as mulheres que queriam avançar e sobreviver no mercado de trabalho, tinham que se masculinizar muito para se provar parte daquele ambiente. “Eu tinha que buscar dentro de mim um lado que eu não tinha, e que por um tempo acabou muito exacerbado, às vezes até demais, uma agressividade para se impor, colocar sua posição e ser respeitada por isso, inclusive em momento de ter que defender a empresa”. Para Bárbara, esse processo leva as mulheres a encarnar uma personagem e isso vem da forma como ela se veste, se porta, como fala… “Para manter o respeito o tempo todo eu não podia sair desse papel”.

Foram muitos anos até que Barbara pudesse entender que ela já havia se provado e que poderia então, exercer uma liderança diferente, com uma escuta empática, para entender todos os lados, chegar em soluções em conjunto para ver o que faz sentido.

Mulheres exemplares

Bárbara nunca teve uma mulher como chefe, mas lidando com algumas das empresas e marcas mais importantes da distribuição seletiva, teve a oportunidade de conviver com muitas mulheres poderosas. Uma das primeiras que chamou a sua atenção foi Sandra Heppenheimer, VP responsável pela internacionalização dos perfumes da Calvin Klein entre meados dos anos 1980 até 2000, uma profissional que depois faria a expansão de toda a área de beleza da Victoria Secrets. Outra inspiração para Bárbara foi Chantal Roos, um nome que esteve na linha de frente da criação de clássicos como Opium, Kouros e Paris, de YSL e que ajudou a Shiseido a entrar no mercado ocidental de perfumaria participando da criação da BPI, onde lançou as fragrâncias de Issey Miyake e de Jean Paul Gaultier. “A Chantal é uma mulher forte e determinada, sabia o que queria. Imagina, numa empresa japonesa, ultra conservadora e machista, desenvolver marcas tão inovadoras. Ela foi além do seu tempo”, conta.

A criadora do Angel, de Thierry Mugler, Vera Strubl, é outro nome que inspirou Bárbara. E nesse caso, assim como a brasileira, Vera também começou trabalhando no chão da loja. “A forma como ela lidava com as pessoas, com as vendedoras, a atenção que ela dava, a escuta que ela tinha sempre me inspirou. Sempre busquei respeitar todo mundo, não importa a posição, e ela me mostrou isso. Apesar de ter criado o perfume mais vendido do mundo, da posição e do status que ela tinha, ela tinha humildade em conversar com todas as pessoas”, pontua Bárbara, lembrando que mesmo em posições de liderança, essas mulheres também tinham que se provar no mercado.

Ao longo dessas quase quatro décadas de vivência no mercado de beleza, a executiva vê uma mudança substancial. Tanto que a maioria da liderança nas distribuidoras e filiais ligadas ao mercado de perfumaria seletiva no Brasil, hoje, é exercida por mulheres.

Não preciso mais não ser eu

Quando a RR passou para o controle de Marcos Rothenberg, filho do fundador da empresa, ele promoveu Bárbara a diretora de Marketing e, algum tempo depois, a vice-presidente. No seu auge, em meados dos anos 2000 até metade da década seguinte, a RR distribuía no Brasil o portfólio de perfumaria de luxo de metade dos principais grupos do setor no mundo. E era Bárbara que tocava a operação. Tínhamos mais de 65 marcas e eu cuidava de todas com uma equipe extraordinária. Para a executiva, ao acreditar na equipe, ela entendeu que não precisava ser o centro de tudo. “Você acaba formando uma rede de proteção para todas as pessoas que estão ali. A pessoa pode emitir a opinião dela e ser escutada, você escuta críticas e pode tirar o melhor do grupo, porque está pensando num contexto no qual não é você que tem que saber de tudo”, pontua. Como líder, Bárbara diz que sempre se questionou sobre como poderia respeitar quem estivesse embaixo dela, entendendo o momento que aquele pessoal está passando. “Se ela é comprometida, ela vai entregar da melhor forma possível”, reforça.

Uma das coisas que ela diz ter aprendido com o tempo é que a experiência, embora seja algo muito positivo, ela só olha o passado e dificulta olhar para o futuro de outra forma. “Já a troca de visões com outras pessoas traz esse frescor. No momento que descobri isso, eu não tinha mais dúvidas da minha capacidade nem que provar nada. Quando você se conscientiza de que é um ser humano - que acerta e erra e está tudo bem, tudo fica mais fácil”.

Por opção, Bárbara não quis ter filhos. Numa época de grande pressão, ela viu muitas mulheres amigas que viveram um dilema muito grande sobre o que fazer. Na posição de gestora, ela viveu essa situação com muitas funcionárias da sua equipe que foram tendo filhos no decorrer da sua trajetória profissional. Embora o modelo de home office não existisse, quando entendia a situação, Bárbara conversava com a pessoa, dizia o que ela precisava, confirmava se a pessoa conseguiria entregar e a mandava trabalhar de casa. Mas não era uma situação fácil para ninguém. “Tem mulheres com gestações mais complicadas, que precisam de repouso, ou às vezes tinha que faltar por causa dos filhos. Entendia que o meu papel era de proteger, mas a pressão sempre foi muito forte. Eu mesmo, se tivesse filhos, não sei se saberia lidar, acho bom não ter passado por isso”, reconhece. Além disso, muitas vezes os homens também tinham problemas, porque estavam com a mulher grávida e tinha que ajudar, ou tinham que ficar com os filhos para que as mulheres pudessem trabalhar.

Um dos pontos do qual Bárbara nunca abriu mão foi a de que a equipe era uma responsabilidade sua. E uma das suas tarefas, como líder, sempre foi a de fazer a mediação com os seus chefes sobre as questões das mulheres. “Eu tenho que entregar os números. Como eu vou fazer, deixa comigo. Eu sei até onde posso ir. Não adianta ficar cobrando se você não tem a vivência do problema”. Esse foi outro grande aprendizado para ela: ser o mais transparente possível sempre e para todos os lados.

A relação com uma outra questão feminina, a da menopausa, foi mais difícil para Bárbara lidar. Até porque, como a pessoa mais velha dentro da empresa, ela foi a primeira a enfrentar as alterações decorrentes desse processo. “Principalmente devido às mudanças hormonais, eu ficava muito irritada, e não só na menopausa, No período menstrual eu ficava extremamente irritada. Se pudesse pegar alguém e matar, eu matava. As pessoas não entendiam o meu destempero e quando entendi o que acontecia comigo, eu me afastava em alguns períodos”, lembra. “Só passando por isso para entender, e eu olhava para cima e para os lados e ninguém entendia o que eu estava passando.

Para a executiva, esse é um tema do qual se fala muito pouco, inclusive dentro da indústria. “Ainda vejo pouca atenção a nós, mulheres com mais de 50 anos. Envelhecer a gente vai envelhecer, mas as empresas, na maioria das vezes, estão pouco preparadas para nos atender com produtos que vão além do antirrugas”. Bárbara vê a sua geração como diferente das que a antecederam. “Queremos bem estar, entender os nossos limites, viver com qualidade, amadurecer com qualidade e ter todos esses aspectos enxergados de forma mais clara. É um longo caminho para percorrer, primeiro para abraçar esse momento da vida, que é um tempo maravilhoso, e acolher essas mudanças. E falta a indústria acolher a todas nós com produtos que sejam mais adaptados a nossa realidade”, cobra.

Quando completou 40 anos, Bárbara estava muito bem em sua posição na RR. Mas ela começou a pensar em como gostaria de envelhecer. “Queria uma vida mais saudável, cuidar da minha alimentação, fazer mais exercícios, tinha que cuidar da minha cabeça, deixar o passado no passado… Busquei uma boa terapia e ela me mostrou qual o meu lado bom e quais as minhas sombras e a aprender a lidar com elas. Essa terapia me situou sobre o que era conteúdo meu e o que era dos outros. Também entrei numa busca espiritual que me fez passar por muitos caminhos até que me encontrei no budismo de vertente japonesa da Soka Gakkai, que prega que estamos na terra para sermos felizes e você é responsável pela sua vida toda. A responsabilidade é sua. É nisso que acredito”, afirma.

25 anos depois, ela pode dizer que segue andando segundo esses preceitos. “Quando fiz 53 anos, mesmo com todo o sucesso profissional, comecei a ir para o trabalho e não estava feliz. E como um dos preceitos da minha espiritualidade é o de ser feliz, depois de 10 meses sai da RR para o nada”. Como tinha uma cláusula de não competição por três anos, ela fez algumas consultorias e se mudou para Hong Kong, com um projeto de levar marcas brasileiras para a Ásia. O parceiro do projeto não cumpriu com a sua parte e ela fez as malas, voltou e foi para os Estados Unidos. Uma semana lá e ela recebe uma ligação sobre uma oportunidade na Colômbia, um mercado que ela nunca tinha trabalhado. Aos 55 anos, Bárbara fez as malas novamente e partiu para uma nova aventura. Foram mais quatro anos ali construindo um negócio de distribuição seletiva com grandes marcas internacionais. Foi na Colômbia também que ela enxergou a oportunidade da perfumaria de nicho, criando a primeira loja especializada nesse segmento na América Latina, com 20 marcas de nicho do mundo todo. “Foi algo inovador, que me permitiu pensar diferente e a me conectar com o consumidor”. O conceito pensado por Bárbara serviu de inspiração para outras operações do gênero, inclusive no Brasil.

Da Colômbia, Bárbara partiu para a Suíça, onde foi trabalhar na Mavala, marca especializada em esmaltes e produtos de cuidados para as unhas, como responsável pelas Américas. Até que retornou ao Brasil, como CEO da Vizcaya, uma das mais tradicionais distribuidoras do mercado seletivo brasileiro. Foram mais três anos de trabalho, que fizeram a empresa dobrar de tamanho e de onde ela saiu, mais uma vez, para buscar algo novo. “Se você acredita em você, ter 50+, 60+ depende de você. Saí da RR com 54 anos e mudei a minha vida depois disso. Não só fiquei desempregada, como mudei minha vida profissional, criei coisas inovadoras e até casei de novo”, brinca.

Mas Bárbara sabe que existe uma questão de etarismo na sociedade que atinge não só as mulheres, mas também os homens. “É uma pena porque é um momento em que se tem muito para contribuir, porque já viveu muita coisa e, do outro lado, pode estar aberto para enfrentar as novidades, é quando a sociedade te negligencia”, lamenta.

Para ela, é importante também que as pessoas com mais de 50 anos, mantenham a disposição de aprender o tempo todo e não tenham uma postura arrogante. “‘Eu já fui VP, fui CEO. Fui, já não sou mais. Quem é a Bárbara? É alguém que quer o tempo todo aprender, que tem como lema: estou na vida para aprender e viver… Até quando não sei. “Tenho aprendido muitas coisas, viajado muito, falado muito com pessoas diferentes, vendo ideias e oportunidades novas. Me sinto privilegiada por poder fazer o que eu gosto o tempo todo e não ter medo de me jogar no novo”, conclui.

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